Flotilha de Submersíveis (1914) - F1 F3 E F5

Flotilha de Submersíveis (1914) - F1 F3 E F5
Fonte: Poder Naval, 2009

Diário de um Hilotas Contemporâneo

Revolta das Barcas de Niterói, em 1959.

                                                                                 Por: Prof. Dragão do Mar

Por: André Viana
Audísio Batista Venâncio

Imagem/fotos: Conhecimento científico. in: A revolta das Barcas, em 1959. c. 2009-2019


                                                         Imagem/foto: Cultura de Niterói. Prefeitura. c. [s.d]

O monopólio hidrográfico e as péssimas condições dos transportes na Baía de Guanabara deflagrou a Revolta das Barcas, aos quais cometeu-se destruições de bens públicos, de embarcações, das estações e sede da empresa de propriedade da família Carreteiro, em maio de 1959.

O transporte público de barcas: no município de Niterói de 1959.

Por: André Viana
Audísio Batista Venâncio

transporte pelas barcas na Baía de Guanabara era controlado por empresas privadas desde meados do século XIX. A partir de 1953, as empresas Companhia Cantareira e Viação Fluminense, que controlavam o transporte aquaviário, passaram a ser administradas pela Frota Barreto S/A, pertencente ao Grupo Carreteiro.
A execução dos serviços das Barcas de Niterói era muito útil no quesito de tempo da travessia da cidade ao centro do Rio de Janeiro, local onde a gama da sociedade trabalhadora exerciam seus ofícios, todavia o Grupo Carreteiro apresentou ineficiência na prestação de serviços, passou a super valorizar os preços das passagens, havia atrasos consideráveis quanto a logística de transporte de passageiros e a superlotação a bordo, o que passou a desabonar o interesse da sociedade por esse meio de transporte público.
O Grupo Carreteiro pedia o aumento de subsídios para as instituições estatais para investir na prestação do serviço de transporte coletivo, porém a população se indignava com o enriquecimento da família Carreteiro e a construção de uma mansão em Niterói, a posse de fazendas na região, a ostentação da riqueza deixaram a população descontente e a situação chegou ao ápice em maio de 1959. 
Os marítimos (trabalhadores do transporte aquaviário) estavam revoltos com o Grupo Carreteiro, porque o grupo não pagou o aumento salarial estipulado, frente a essa situação, o sindicato dos marítimos deflagrou uma greve na madrugada do dia 22 de maio de 1959, diante da falta de timoneiros, a Marinha Brasileira foi convocada para organizar a logística de transbordo. E, os fuzileiros navais assumiram o comando da missão.
Cotidianamente, as barcas transportavam um efetivo de 100 mil pessoas por dia, e para esta feita organizacional estava a frente os fuzileiros navais, que não tinham práxis em transporte de passageiros, contudo ocorreu uma grande aglomeração de pessoas na estação Cantareira, em Niterói, os militares se excederam perante as pessoas que estavam na estação e até um disparo de metralhadora foi dado, a população se revoltou e começaram a lançar pedras contra os fuzileiros e a quebrarem o patrimônio da empresa e o público ao entorno do local do conflito,  e incendiando a estação aquaviária.
Manifestantes enraivecidos rumaram para a sede da empresa destruindo, queimando móveis e documentos, três quilômetros do escritório da empresa, ficava a mansão da família Carreteiro, patrimônio que foi invadido e diante dos fatos tiveram bens internos tiveram o mesmo destino, móveis de luxo foram arremessados à rua, objetos de valor da família Carreteiro foram saqueados, e, por fim, a mansão foi incendiada.
O protesto discorreu sob uma alegoria carnalesca, devido as ações de alguns homens envolvidos na questão, eles na feita se vestiram com os trajes das damas da família Carreteiro e posaram para os jornalistas, como forma demonstrar a indignação diante do alto padrão de vida dos patrões, proferiu Professor Paulo Knauss (2019).
A revolta teve como saldo destruições aos bens públicos e privados, além de seis mortos e mais de 100 feridos, logo depois da insurjeição popular o sitema de transporte pela Baía de Guanabara foi transferido para o controle estatal. 


A destruição foi tenaz, entretanto diante do caos consagrado ainda foi possível encontrar em uma das paredes da mansão a seguinte inscrição:

[...] “aqui jaz as fortunas do Grupo Carreteiro, acumuladas com o sacrifício do povo”. [...]



Indicação literária:




Sinopse da obra: O texto de Edson Nunes descreve minuciosamente o ocorrido em 22 de maio de 1959, citado como "A revolta das bar de niterói", revolução popular que levou a morte de seis pessoas e 118 feridos; por causa da precariedade do serviço aquaviário sob administração da família Carreteiro, não é apenas um livro de crônica urbana discorre qualitativamente uma análise dos fatos e uma reflexão a respeito da política social vigente à epoca, atendendo a comunidade acadêmica e as ciências humanas e sociais. 


Artigo científico.

RAPOSO, Paulo, A “REVOLTA DAS BARCAS”: SOBRE SILENCIAMENTO PERFORMATIVO E IMATERIALIDADE DO PROTESTO NA (IN)VISIBILIDADE CONTEMPORÂNEA DAS PERIFERIAS URBANAS. v. 1, n. 1, São Paulo: USP, c. 2016, p. 59-88


Niterói: vídeo histórico sobre a revolta das Barcas em 1959





Traumas Coletivos de Niterói e Crise Política de 1959 a 1964




Fonte de pesquisa:

NUNES, Edson Oliveira, A “REVOLTA DAS BARCAS” populismo, violência e conflitos políticos. ed. 1ª, Rio de Janeiro - RJ: Garamondi, c. 2000, 164 p.


RAPOSO, Paulo, A “REVOLTA DAS BARCAS”: SOBRE SILENCIAMENTO PERFORMATIVO E IMATERIALIDADE DO PROTESTO NA (IN)VISIBILIDADE CONTEMPORÂNEA DAS PERIFERIAS URBANAS. v. 1, n. 1, São Paulo: USP, c. 2016, p. 59-88
Disponível em:<file:///C:/Users/Drag%C3%A3o%20do%20Mar/Downloads/116348-Texto%20do%20artigo-213315-2-10-20160621.pdf>acesso em: 18/11/2019, às 11h02


Portal Brasil Escola - Revoltas da Barcas em niterói, em 1959 , c. 2019
Disponível em:<https://brasilescola.uol.com.br/historiab/revolta-das-barcas-niteroi-1959.htm>acesso em: 18/11/2019, às 19h02

ALAN AAPS - You Tube, [in: Niterói: vídeo histórico sobre a revoltas da Barcas em 1959] c. [s.d].
Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=WEJmVfdpWzY>acesso em: 18/11/2019, às 19h33

Trajetórias Museu do Ingá - You tube - , [KNAUSS, Paulo, in: Traumas coletivo de niterói e crise política de 1959 a 1964] [s.d].
Disponível em:<https://www.youtube.com/watch?v=b4iuUcCxquA>acesso em: 18/11/2019, às 22h18

Conhecimento Científico - História c. [s.d].
Cultura de Niterói - Prefeitura de Niterói. [s.d].
Disponível em:<https://culturaniteroi.com.br/blog/?id=429>acesso em: 18/11/2019, às 23h03


Audísio Batista Venâncio é professor de história na Secretaria de Educação do Estado de São Paulo - SEE/SP. Licenciado em história pela UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS (UNIMES), especializado Filosofia pela UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO (UNIFESP) e especializando-se em História da Ciências, Educação e Sociedade – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC (UFABC)


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